quinta-feira, 23 de abril de 2009

Warmth

Chegas com o sorriso enorme e o brilho de sempre nos olhos. Já sinto os teus braços a apertarem-me ainda antes de os abrires. Vês o camião do cimento, pegas na minha mão e desatas a correr, como se nos fosse cair tudo em cima, e brincas, e dizes que temos de correr e fugir. Rimo-nos.
Há gestos aos quais não resisto. A energia que te corre na alma é imensa e transborda para que eu a veja e admire. Nunca corri muito, sabes, mas vou correr contigo. Se me voltares a deixar cinco minutos deitada a fazer um anjo na areia não me importo que te rias de mim por julgar que ainda não está pronto. Não vou deixar que os teus mimos surpresa deixem de me envergonhar na rua. Não escondo os meus pontos que sabes tão bem serem muito sensíveis a cócegas, mesmo que me tires o ar quando decides atacá-los. Os segredos são agora teus.
Há dias em que os teus olhos estão caídos e o medo incomoda. Estou aqui, meu bem, com o peito que te esconde e a mão que te afaga, as palavras que te tentam sossegar. Estou aqui e não vou embora, adormece que estás segura. Estamos seguras no que temos, não tenhas medo. Não te vou fugir. Porque não se foge do nosso futuro. Porque somos nós.


(e também conseguimos ser lame)

Orquídea

Sem comentários: